Ateliês de Santê: Profissão fabricador de instrumentos de percussão - Santa Tereza Tem
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Ateliês de Santê: Profissão fabricador de instrumentos de percussão

Leonardo Alves Rodrigues, 30 anos, o Léo, nasceu no bairro Pindorama, região noroeste de BH, onde cresceu, mas depois de descobrir Santa Tereza, passou a frequentar o bairro, até vir morar aqui.

Nosso vizinho tem uma profissão bem particular. Ele faz artesanalmente instrumentos de percussão, além de ser um exímio músico. Claro, que teria de ser mesmo, pois para fazer o instrumento perfeito, você também precisa conhecê-lo em todos os seus detalhes, para dele tirar aquele som que encante os ouvidos.

Quem pensa ser fácil, que é só pegar os materiais está muito enganado, pois criar um instrumento musical é mais que isso. Tem de de levar em conta vários fatores, como a acústica, o trabalho de trato da madeira, incluindo a criatividade na sua decoração, para que seja uma peça única..

A história com a música

Sua identificação com a música começou ainda na infância, influenciado pela família, os amigos e segundo ele “a música sempre ficou próxima de mim, até pelo próprio curso da vida, seja aprendendo a tocar instrumentos ou mesmo olhá-los em silêncio. Mas os tambores me chamavam mais a atenção, pois são cheios de mistérios e, não por acaso, em muitas partes do mundo, seu fazer está ligado uma prática ritual”.

Junto da música, desde bem cedo Léo aproximou-se do desenho e por essa inclinação, estudou na Escola de Belas Artes da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde passeou pelo universo da escultura, da gravura, da pintura. Assim, ao final, juntou tudo a fabricação dos instrumentos, especialmente os de percussão.

O fazer o instrumento

Por volta de 2013, aos 22 anos, Léo participou algumas oficinas de construção de tambores, que o levou a criar instrumentos, a partir de materiais que ele coletava por todo lado e reaproveitada. Assim, comenta ele, “desde então, tenho os tambores muito mais próximos de mim. Muitas coisas aprendi, poucas entre as tantas que ainda vou aprender”.

Em sua casa, onde montou seu ateliê, ele fabrica vários tipos de tambor, incluindo aqueles não tradicionais, releituras ou criações, além de pandeiros, bongôs, alfaias, zabumbas, timbal, ashiko, atabaque, tamborim, cajón, derbake, entre outros.

Ele explica que “utilizo diversos materiais na fabricação, pois cada instrumento é único e demanda usos distintos. O que prevalece é a madeira compensada ou maciça. O processo se dá de forma totalmente artesanal”.

Cada instrumento demanda um processo de fabricação, considerando sua forma e o som que ele deve emitir.  “Em geral, tudo começa no corpo ou casco, na criação desse espaço de ressonância que pode ser feito em um sem número de materiais, dimensões e formas”, observa.

Quanto à afinação, o músico esclarece que “há diversos tipos como por corda, cunha, cavilhas e vários tipos de pele ou superfícies a serem percutidas.  Em cada escolha defino o tipo do instrumento e sua sonoridade”.

Léo diz que “inevitavelmente cada pessoa imprime sua marca naquilo que faz no âmbito da criação. No meu caso, busco criar sem tirar os olhos das formas tradicionais de se construir os tambores”.

Atualmente, ele trabalha quase que exclusivamente por encomenda e eventualmente tem em seu ateliê algumas peças de pronta entrega.
Para conhecer mais do seu trabalho acesse o seu instagram https://www.instagram.com/leo.cria/

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